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Mais louco é quem me diz... (publicado na Revista Entre Poetas & Poesias)

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Imprimir ‘Em vão bateu às portas da poesia quem estava senhor de si mesmo’ (PLATÃO, Fedro, 222, 245 a) Não é possível ser são o tempo todo e em toda circunstância. É necessária uma boa dose de loucura para haver equilíbrio.  A negação dos impulsos e desejos, já dizia Freud, leva a seu represamento (recalque) que provoca marcas profundas e transtornos e sofrimentos que experimentamos na vida ocidental moderna. Nossa sociedade, que vem desde o Iluminismo grego, é racionalista, idealista (no sentido platônico), visual e permeada de um senso estético idêntico que reflete essa preocupação. A simetria das formas passa a ter importância e simbolizar o que é belo. Isto reflete também um padrão de conduta moral que, na Grécia antiga ainda não era tão inflexível, posto a conduta moral de seus deuses, ou as proposições estoicas de por-se de acordo com a natureza, mas que com o advento do cristianismo se tornou ortodoxa e intransigente. O resultado disso foi uma enorme repressão dos sentidos e das